domingo, 6 de janeiro de 2008
REVOLUÇÃO MINEIRA
MILTON NASCIMENTO
Clube da Esquina 1 e 2 - Edição Especial
EMI
Quando Milton Nascimento e Lô Borges lançaram em 1972 o LP Clube da Esquina, alicerçaram definitivamente as bases de algo que, muito mais que simplesmente um encontro de amigos, se transformaria numa das vertentes de maior beleza da música do Brasil: o som da nova geração das Minas Gerais. O próprio Milton estava ha estrada então há pelo menos seis anos, é fato, mas aquele disco fornecia a mais abrangente das panorâmicas do que se fazia musicalmente nas Alterosas, e cuja beleza ganharia o mundo.
O repertório logo tomaria ares de coletânea, tal a quantidade de canções que fizeram sucesso. Entre elas, Tudo Que Você Podia Ser (Márcio e Lô Borges), Cais (Milton Nascimento/ Ronaldo Bastos), O Trem Azul (com Lô nos vocais, parceria dele e Ronaldo Bastos), Cravo e Canela (Milton/
Ronaldo Bastos), Um Girassol da Cor do Seu Cabelo (Lô nos vocais, parceria dele e Marcio Borges), San Vicente (Milton/Fernando Brant), Clube da Esquina no 2 (Milton, Lô, Márcio Borges), Paisagem da Janela (Lô nos vocais, parceria com Fernando Brant) e Nada Será Como Antes (de Milton e Ronaldo Bastos, com Bituca e Beto Guedes nas vozes), além de Me Deixa Em Paz, samba clássico de Monsueto e Ayrton Amorim, na interpretação iluminada de Alaíde Costa. Os arranjos foram assinados por Eumir Deodato e Wagner Tiso, com regência de Paulo Moura. Entre os músicos estavam Tavito (violão, guitarra), Toninho Horta (baixo, violão), Robertinho Silva (bateria) e Wagner Tiso (piano).
Seis anos depois, em 1978, veio Clube da Esquina 2, álbum duplo creditado somente a Milton Nascimento. A turma crescera, com a chegada de Flavio Venturini e Vermelho (que depois formariam o 14 Bis). O disco trazia mais elementos do sincretismo religioso e também forte latinidad. O time de arranjadores era formado por Francis Hime, Paulo Jobim, Nelson Ângelo, Cesar Camargo Mariano, Toninho Horta, Novelli e Wagner Tiso, além do próprio Milton Nascimento. Entre as canções, Nascente (Flávio Venturini/Murilo Antunes), Paixão e Fé (Tavinho Moura/Fernando Brant), Mistérios (Joyce/Maurício Maestro), Canção Amiga (poema de Carlos Drummond de Andrade musicado por Milton), A Sede do Peixe (Para o Que Não Tem Solução) (Milton/Márcio Borges) e Maria, Maria (Milton/Fernando Brant). O disco teve participações especiais de Elis Regina (em O Que Foi Feito Devera/O Que Foi Feito De Vera, de Milton, Fernando Brant e Márcio Borges) e Chico Buarque (Canción Por La Unidade Latinoamericana, do cubano Pablo Milanés) e marcou a estréia do Boca Livre (em Mistérios).
Os dois discos são relançados em edição especial (caixa com 3 CDs) remixada e remasterizada digitalmente. Os trabalhos foram realizados por João Marcello Bôscoli nos estúdios da Trama, em São Paulo. Tarefa árdua, pois Clube da Esquina havia sido gravado em estéreo, o que impossibilitou remixagem por não existir o multi-pistas original. Já Clube da Esquina 2 foi captado em 24 canais. Todos os registros foram digitalizados, sendo feitas posteriormente a restauração e a masterização. Mantiveram-se as características originais - dinâmica dos instrumentos e vozes. O resultado final é belíssimo, os discos soam ainda mais vivos e envolventes.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Imperdível, não?
E, coincidentemente, estou ouvindo demais essas canções nesse começo da ano, não sei, saudade das raízes, da família, das reuniões, dos irmão em casa...
Angel,
Sempre é tempo de ouvir essas canções, não?
Beijos, Saudades...
Postar um comentário