SERGIO MENDES
Encanto
Concord/Universal
Em seu novo CD, o pianista, arranjador, compositor e maestro Sergio Mendes repete a fórmula do trabalho anterior, ao se associar novamente ao rapper will.i.am, do grupo Black Eyed Peas, e fundir elementos da música brasileira com o beat do hip hop. Mas ao contrário do que ocorreu em Timeless, aqui a fórmula deixa a desejar em alguns pontos. Justamente onde entram as tais fusões, o resultado não é dos melhores. The Look Of Love (Burt Bacharach/Hal David) aparece alterada em sua forma, com letra adicional de baixa qualidade e apenas parte dos versos originais cantados. Nem a presença charmosa de Fergie nos vocais salva. O mesmo acontece com Água de Beber (Tom Jobim/Vinícius de Moraes), com a presença de will.i.am. Ele e Sergio Mendes tentam repetir o resultado de Mas Que Nada, do disco anterior, mas o produto final carede de criatividade. As intervenções de hip hop de will.i.am soam fracas.
Quando Sergio Mendes injeta seu suíngue autêntico, no entanto, a coisa muda de figura. Há vários bons momentos como Catavento e Girassol (Guinga/Aldir Blanc), que tem Gracinha Leporace nos vocais, E Vamos Lá (Joyce/João Donato), qie vem em duas versões, uma com o colombiano Juanes, Acode, de e com Vanessa da Mata. O trompetista Herb Alpert e sua mulher, a cantora Lani Hall, que foi do Brasil '66, primeiro grupo criado por Sergio Mendes na América, marcam presença em Dreamer, versão de Gene Lees para Vivo Sonhando, de Tom Jobim. Toninho Horta comparece ao violão e no arranjo de Morning In Rio, escrita por ele. O italiano Jovanotti dá um show de interpretação em Lugar Comum (João Donato/Gilberto Gil). Em todos esses temas, Sergio Mendes coloca seu piano marcado e arranjos bem concebidos, num resultado sonoro empolgante. Os únicos deslizes ficam mesmo com The Look Of Love e Água de Beber.
MySpace: www.myspace.com/sergiomendes
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Um comentário:
Rapaz, devo descordar de você, quanto à versão de "The look of love". achei muito bem produzida. Deram uma modernizada na música, embora, tenham subtraído alguns versos originais. Para mim é um dos pontos altos do disco. Talvez não consiga atingir o sucesso da última versão de "Mas que nada" - que inclusive foi alterada também. As duas músicas são releituras.
Na verdade, a versão de Catavento e Girassol não está lá muito diferente da original da Leila Pinheiro. O que acho que está diferente em relação ao Timeless é que o Sergio justamente voltou para a música sem muito flerte com novas tendências. Eu acho interessante o Jovanotti como algo excêntrico, não acho a participação dele das melhores, prefiro a do Juanes. O italiano já fez suas recitações no MTV da Daniela Mercury praticamente da mesma maneira.
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