terça-feira, 1 de julho de 2008

MÁXIMAS DO CANTADOR

ZÉ RAMALHO
Zé Ramalho da Paraíba
Discobertas/Coqueiro Verde

O selo Discobertas, criado pelo jornalista e pesquisador Marcelo Froes, tem por objetivo garimpar raridades de grandes nomes da música brasileira. A estréia acontece com o CD duplo Zé Ramalho da Paraíba, que traz gravações de Zé Ramalho feitas ao vivo, antes do lançamento de seu primeiro disco solo, que chegou às lojas em 1978 (em 1975 ele fez o LP Paêbirú, ao lado do compositor Lula Côrtes, pela gravadora pernambucana Rozenblit, mas uma enchente no Rio Capibaribe alagou o depósito da empresa destruindo os discos, que nunca mais foram reprensados. Só uma pequena tiragem chegou às lojas. Desgostoso, Zé Ramalho foi para o Rio acompanhar Alceu Valença no Festival Abertura, da TV Globo, na canção Vou Danado Pra Catende, estabelecendo-se lá e ganhando de Augusto César Vannucci, diretor da emissora, o nome artístico de Zé Ramalho da Paraíba. O resto é história).

Os registros foram feitos na grande maioria no Teatro Santa Rosa, em João Pessoa, entre 1973 e 1976. Era, segundo o próprio Zé Ramalho, um tempo de experimentação musical, de abertura da mente e do espírito. As canções, recém-compostas, flertavam abertamente com rock e blues. Várias seriam reformatadas e entrariam nos discos do artista. Estão presentes, entre outras, Táxi Lunar (parceria com Geraldo Azevedo e Alceu Valença), Jacarepaguá Blues (Zé Ramalho), o martelo agalopado O Autor da Natureza (Zé Vicente da Paraíba/Passarinho do Norte/Bráulio Tavares), com toques folk, e a balada Jardim das Acácias (Zé Ramalho). O CD traz, ainda, uma versão ao vivo de Admirável Gado Novo (Zé Ramalho), gravada no Rio de Janeiro em 1979. Documento de inestimável valor histórico. Os próximos lançamentos do selo Discobertas serão compilações de Jackson do Pandeiro e Renato Russo

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