O SBT, Sistema Brasileiro de Televisão, começou a reexibir na segunda, 9 de junho, uma das melhores telenovelas da televisão brasileira em todos os tempos: PANTANAL, de Benedito Ruy Barbosa, dirigida por Jayme Monjardim e produzida pela extinta TV Manchete e exibida originalmente entre 27 de março e 10 de dezembro de 1990, com 216 capítulos. A belíssima história, que teve personagens inesquecíveis como o fazendeiro José Leôncio (Claudio Marzo), sua amada Filó (Jussara Freire), os filhos Joventino (Marcos Winter), Tadeu (Marcos Palmeira) e Zé Lucas de Nada (Paulo Gorgulho), e que elevou Cristiana Oliveira à condição de estrela como a selvagem Juma Marruá, foi adquirida por Silvio Santos de um empresário que arrematou a obra num leilão do espólio da Manchete, realizado há alguns anos. O material está em excelente estado de conservação. Na reestréia, Pantanal alcançou nove pontos na Grande São Paulo, de acordo com o Ibope, triplicando a audiência do SBT no horário. Os números já começam a preocupar a TV Globo, que não obtém bons resultados com a recém-estreada A Favorita, e a TV Record, com a absurda Os Mutantes - Caminhos do Coração.
Um dos motivos do sucesso de Pantanal foi sua excepcional trilha sonora, produzida por Guti Carvalho. Lançada em LP e CD à época pelo selo Bloch Discos, tinha canções como Quem Saberia Perder (de Sá & Guarabyra, interpretada por Ivan Lins), Divinamente Nua, a Lua (de e com Orlando Morais), Estrela Natureza (de e com Sá & Guarabyra), Memória da Pele (de e com João Bosco), No Mundo dos Sonhos (adaptação de Pepperland, de George Martin, com o guitarrista Robertinho do Recife), Pantanal (tema de abertura, com o grupo de rock progressivo Sagrado Coração da Terra, de Marcus Viana, autor da trilha instrumental da novela), Um Violeiro Toca (com Almir Sater, dele e Renato Teixeira) e Triste Berrante (de Luiz Carlos Paraná, com Adauto Santos e Solange Maria). O sucesso do disco gerou o lançamento de um segundo volume e de um álbum com os temas instrumentais de Marcus Viana. Seria extremamente interessante a reedição dos dois primeiros volumes (o terceiro está em catálogo, pelo selo Sonhos & Sons, de Viana). Há toda uma complicada operação para a renegociação dos direitos autorais e artísticos, mas valeria a pena o SBT colocar a mão na massa também nesse sentido. As trilhas de Pantanal são exatamente como a novela: inesquecíveis.
Clipe com trechos das canções dos volumes 1 e 2 da trilha sonora de Pantanal (Bloch Discos, 1990)
Um comentário:
Divinamente nua, a lua é uma das músicas mais sensuais que eu conheço. E Simone arrasa cantando Apaixonada. Realmente, essa trilha é belíssima - inesquecível.
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