ÁUREA MARTINS
Até Sangrar
Biscoito Fino
O cantar de Áurea Martins é arrebatador. Com quarenta anos de carreira, essa notável intérprete carioca ainda é pouco conhecida além das fronteiras do Rio de Janeiro. O que é uma injustiça, diga-se. Áurea emociona pela emissão perfeita, a sensibilidade incontida, o belíssimo timbre, a afinação absoluta. Até Sangrar é seu terceiro disco solo. Produzido por Hermínio Bello de Carvalho e Zé Maria Rocha, traz pot-pourris com duas faixas cada, por vezes unindo canções cronologicamente distantes mas que, costuradas pela voz da cantora, adquirem impressionante unidade.
Entre essas dobradinhas perfeitas estão Ilusão à Toa (Johnny Alf) e Pensando Em Ti (Herivelto Martins/David Nasser), Nada Por Mim (Herbert Vianna/Paula Toller) e Baralho da Vida (Ulisses de Oliveira), Até Quem Sabe (João Donato/Lysias Ênio) e Moeda Quebrada (Luís Reis/ Haroldo Barbosa), Sem Mais Adeus (Francis Hime/ Vinícius de Moraes) e Vida de Bailarina (Chocolate/ Américo Seixas). Francis Hime faz dueto com Áurea Martins em Embarcação (dele e Chico Buarque), única faixa que aparece sozinha. Um disco daqueles para ouvir e deixar a emoção falar mais alto.
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