Aproveitando o revival em torno do nome de Maysa, provocado pela minissérie global escrita por Manoel Carlos e dirigida por Jayme Monjardim, a Som Livre coloca no mercado, pela primeira vez em CD, quatro discos raros da cantora lançados originalmente pela RGE, cujo acervo pertence à gravadora ligada às Organizações Globo. As reedições têm coordenação do competente jornalista e pesquisador musical Rodrigo Faour, que acompanhou o processo de remasterização dos discos e escreveu textos explicativos sobre cada um.
Maysa É Maysa... É Maysa, É Maysa!, de 1959, quinto disco da estrela, foi lançado após o retorno de uma longa viagem á Europa, período em que viveu entre Lisboa, Paris e Roma, fazendo shows e dando entrevistas polêmicas. No repertório, temas como Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá/Antonio Maria) e A Felicidade (Tom Jobim/Vinícius de Moraes), ambos do filme Orfeu Negro, lançado naquele ano, Eu Sei Que Vou Te Amar (também de Tom e Vinícius) e Castigo (de Dolores Duran, então recém falecida). Voltei, de 1960, chegou às lojas após um perído de sumiço em que Maysa se internou num hospital em São Paulo para tratar de violenta crise de pressão baixa, causada pela mistura de whisky e remédios para dormir. Nesse retorno, mais magra e com a voz ainda mais bonita, cantou canções como Dindi (Tom Jobim/Aloysio de Oliveira), Meditação (Tom Jobim/Newton Mendonça), Alguém Me Disse (Evaldo Gouveia/Jair Amorim) e Voltei (de autoria própria em parceria com o maestro Enrico Simonetti).
Maysa Canta Sucessos, também de 1960, saiu cinco meses após Voltei. Entre um disco e outro, Maysa fez turnê pelo Japão e Estados Unidos. No repertório do álbum, que integrava uma série de coleâneas da RGE que tinha títulos também de Agostinho dos Santos e Elza Laranjeira, entre outros, êxitos da época como Ri (de Luiz Antônio, sucesso com Miltinho), Chora Tua Tristeza (de Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini, gravada originalmente por Sylvinha Telles) e Noite Chuvosa (do repertório de Ângela Maria, autoria de Britinho e Fernando César). Os arranjos foram assinados pelo craque Enrico Simonetti. maestro italiano que tinha uma excepcional orquestra e comandava o Simonetti Show, programa de variedades na TV Excelsior de São Paulo, escrito por Jô Soares, então iniciando na televisão. Maysa, Amor... E Maysa, de 1961, marcou a volta da cantora à RGE depois de uma rápida passagem pela Columbia, onde fez um disco de Bossa Nova. No retorno à gravadora que a lançou, gravou canções como Quem Quiser Encontrar o Amor (Geraldo Vandré/Carlos Lyra), Chorou, Chorou (Luiz Antonio), Chão de Estrelas (Silvio Caldas/Orestes Barbosa) e Besame Mucho (Consuelo Velszquez). As edições em CD conservam as capas originais. Grandes discos, que merecem figurar em qualquer acervo de qualidade.
Um comentário:
Acredito que essa minissérie marcou de certa forma um tempo...falo segundo o que aprendi de Maysa ou melhor não lembrava ou não associava Maysa as musicas que escutava em casa quando era pequena...foi uma volta a infância...e ouvir minha mãe cantar. Toninho esse espaço que deu a Maysa é muito especial. Adorei
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