MALANDRO É MALANDRO

MARCELO D2         
Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva 
EMI

O insuperável Bezerra da Silva (1927-2005) cantava o universo da malandragem como nenhum outro. Partideiro dos bons, o pernambucano começou a carreira cantando cocos para depois se embrenhar no mundo do samba. Músico de primeira, tocava vários instrumentos e estudava constantemente. Chegou a ser integrante da infelizmente extinta orquestra da TV Globo. Cinco anos após sua morte, Mestre Bezerra ganha merecida homenagens de um dos seus mais famosos discípulos, o rapper Marcelo D2.

Em seu novo CD, produzido por Leandro Sapucahy, D2 mergulha no universo de Bezerra com dedicação. Recria com reverência alguns dos maiores clássicos do repertório do homenageado, entre eles Pai Véio 171, Minha Sogra Parece Sapatão, A Semente, Bicho Feroz, A Necessidade, Pega Eu, Quem Usa Antena é Televisão, Meu Bom Juiz, Malandro Rife e, claro, Malandragem Dá Um Tempo. Encerrando o disco, uma carta de D2 a Bezerra, lida ao som de tamborim e cuíca. Destaque também para o caprichado trabalho gráfico, que reproduz as capas dos álbuns Eu Não Sou Santo, de 1990, e Malandro Rife, de 1985. Da malandro para malandro, um belo tributo.

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