terça-feira, 29 de abril de 2008

TODOS OS CAMINHOS

MARINA MACHADO
Tempo Quente
Nascimento

Sabe-se lá se intencionalmente ou não, em seu segundo disco solo, a excelente Marina Machado, cria de Milton Nascimento, atira em várias direções. Ao contrário do que se possa pensar, não se trata de uma artista indecisa, mas de alguém que pode navegar por searas distintas sem fazer feio. Ela vem de samba, pop, balada, xaxado, valorizando todas as canções com sua voz bem colocada, de timbre levemente anasalado.

A concepção do disco é de Marina, que selecionou canções inéditas e curiosas releituras. No terreno das recriações, encontramos Grilos, bossa de Roberto e Erasmo Carlos esquecida num disco do Tremendão de 1972, o tecno-xaxado A Paraíba Não é Chicago, hit de e com Marcos Valle em 1981 (parceria com o irmão, Paulo Sérgio Valle, e com Peter Cetera, então vocalista do Chicago, e Laudir de Oliveira, percussionista brasileiro que fez parte daquela banda), Canção da América (Milton Nascimento/Fernando Brant) na versão original em inglês, Unencounter, e Samba de Gesse, que Vinícius de Moraes fez para uma de suas mulheres.

Entre os temas inéditos, Marina Machado rende bem particularmente em Candura (Max de Castro), balada pop de qualidade, Discovery (ótima canção do pernambucano Lula Queiroga) e Vagalumes (soul-pop dançante do mineiro Affonsinho). O disco tem participações especiais de Samuel Rosa (em Grilos), Seu Jorge (Otimismo, de Célio José e Marize Santos) e Milton Nascimento (Discovery). A intérprete corre o risco premeditado do ecletismo, por mais surrado que o termo soe, mas se dá bem. Trabalho competente.

Site oficial: www.marinamachado.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Mauro esse é o 3º CD da Marina. Teve o "Baile das Pulgas", depois o "Marina 6 da Tarde" e agora o "Tempo Quente".