domingo, 3 de janeiro de 2010

PACOTE SIMPATIA

JORGE BEN - Caixa JORGE BEN           
Salve, Jorge! – Caixa c/ 14 CDs 
Mercury/Universal

Finalmente chega ao mercado a caixa Salve, Jorge!, que mapeia os treze discos gravados por Jorge Ben na Philips entre 1963 e 1976 (há também um CD extra com raridades). Nesse período o cantor e compositor chegou a fazer um álbum para a Mocambo, O Bidú: Silêncio no Brooklyn (1967), que não está na caixa, mas em seguida voltou para a Philips. O áudio de todos os álbuns foi remasterizado por Carlos Savalla, idealizador do projeto. A coordenação é do jornalista Rodrigo Faour e os discos trazem textos de contra-capa assinados pela também jornalista Ana Maria Bahiana.

JORGE BEN - Samba Esquema Novo Desde o começo Jorge já apresentava sambas, maracatus , jazz, soul e rock, muitos com letras quilométricas que mal cabiam nas melodias. Tudo absolutamente genial. A farra começou com o antológico Samba Esquema Novo (1963), que trouxe os primeiros sucessos do artista: Chove, Chuva, Por Causa de Você Menina e Mas Que Nada, com arranjos do saxofonista J.T. Meirelles. Sacudin Ben Samba (1964) manteve a batida jazzística e o violão suingado de Jorge Ben e teve como sucesso Vamos Embora “Uau”. Ben é Samba Bom (1964) já trazia sonoridades afro e lançou outro clássico, Bicho do Mato. Big Ben (1965) apresentava influências de rock e soul e tinha canções com temática política como Agora Ninguém Chora Mais. Teve como sucesso, além dessa, O Homem Que Matou o Homem Que Matou o Homem Mau.

JORGE BEN - Força Bruta Jorge Ben (1969), que marcou a volta do artista à Philips depois da rápida passagem pela Mocambo, é um dos discos que mais sucessos trouxe para o artista: Criola, Domingas, Cadê Tereza? (gravado também pelos Originais do Samba), País Tropical (que estourou com Wilson Simonal), Take It Easy My Brother Charles, Bebete Vãobora, Que Pena (sucesso também na gravação em dueto de Gal Costa e Caetano Veloso) e Charles Anjo 45, outro tema altamente politizado. Força Bruta (1970) tinha muitas improvisações e teve como hits Oba Lá Vem Ela, Domênica Domingava Num Domingo Toda de Branco, Apareceu Aparecida, O Telefone Tocou Novamente, Mulher Brasileira (uma das mais belas canções de Jorge Ben) e Terezinha. Jorge contou com a inestimável colaboração do Trio Mocotó (Fritz Escovão, Nereu e Joãozinho).

JORGE BEN - Negro é Lindo Negro é Lindo (1971) teve outras grandes canções como Porque é Proibido Pisar na Grama, Negro é Lindo e Que Maravilha (parceria com Toquinho e arranjo de Osmar Milito). Ben (1972) é um dos discos onde o violão de Jorge Ben mais se destaca. Aqui, canções como Quem Cochicha o Rabo Espicha, Caramba… Galileu da Galiléia, Que Nega é Essa e Taj Mahal, além de Filho Maravilha, originalmente Fio Maravilha, homenagem ao jogador Fio, do Flamengo. A canção foi lançada naquele ano por Maria Alcina no Festival Internacional da Canção, mas Jorge mudou o título pois Fio o acusou de estar se promovendo às suas custas. Muitos anos depois eles se entenderam e o título original voltou a ser usado.

JORGE BEN - Tábua de Esmeralda Dez Anos Depois (1973) marcou o décimo aniversário de Jorge Ben na Philips. É uma coletânea de hits dispostos em medleys com novos arranjos. Um desses medleys, com País Tropical, Fio Maravilha e Taj Mahal, acabou sendo incorporado ao repertório de shows do artista. A Tábua de Esmeralda (1974) é considerado por muitos a obra-prima de Jorge Ben. Produzido por Paulinho Tapajós, o disco foi todo concebido a partir da levada ritmica do violão do cantor e compositor e trazia canções falando de misticismo, magia e alquimia como Os Alquimistas Estão Chegando Os Alquimistas e Hermes Trismegisto e Sua Celeste Tábua de Esmeralda, e temas românticos como Minha Tiemosia (Uma Arma Pra Te Conquistar) além das divertidas O Namorado da Viúva e O Homem da Gravata Florida.

JORGE BEN - África Brasil Gil & Jorge –Ogum Xangô (1975), gravado ao lado de Gilberto Gil, é tido como um disco experimental, fruto de uma jam session realizada numa festa promovida por André Midani, então presidente da Philips. Solta o Pavão (1975) tem a mesma pegada de A Tábua de Esmeralda, com canções como Se Segura Malandro, Cuidado Com o Bulldog e Jorge de Capadócia. África Brasil (1976) marcou a despedida de Jorge da Philips. Trazia experiências como a duplicidade de instrumentos (dois baixos, duas baterias, dois pianos(, além de metaleira e percussão mais pesada. Teve como destaques Umbabarauma (Ponta de Lança Africano), Camisa 10 da Gávea (homenagem a Zico), Taj Mahal (em nova versão) e Chica da Silva (tema do filme homônimo dirigido por Cacá Diegues).

JORGE BEN - Salve Jorge 2 A caixa tem também o CD duplo Salve, Jorge!, com 28 gravações raras, registros inéditos e versões ao vivo. Entre elas Mas Que Nada (em gravação em ritmo mais acelerado e num take alternativo), Lá Vem Salgueiro (lançada originalmente no disco coletivo Carnaval Chegou), Hino do Clube de Regatas do Flamengo (lançado em compacto), Mano Caetano (dueto com Maria Bethânia) e Bicho do Mato (gravação ao vivo). Em 1979 Jorge foi para a Som Livre onde fez mais discos de sucesso. Aos poucos trocou o violão pela guitarra mas jamais abandonou o suíngue que sempre caracterizou seu som. Em 1989 adotou o nome artístico de Jorge Ben Jor para acabar com as confusões com George Benson por questão de direitos autorais. Vale a pena ter no acervo a caixa Salve Jorge!, é um panorama dos primeiros trabalhos de um dos mais criativos compositores brasileiros. Salve, Simpatia!

Site: www.jorgeben.com.br

2 comentários:

Alexandre Lemos disse...

é a fase de ouro dele, antes das guitarras e antes de virar benjor !

TONINHO SPESSOTO disse...

Exatamente, Lemos!

Grande Abraço!