A história do samba de São Paulo finalmente começa a ser devidamente resgatada e preservada, graças à iniciativa das entidades culturais Kolombolo (www.myspace.com/kolombolo) e Sambatá (www.sambata.com.br) que lançam, com produção dos músicos T. Kaçula e Renato Dias, a série Memória do Samba Paulista, Os quatro primeiros volumes acabam de chegar às lojas, com distribuição da Tratore (www.tratore.com.br).
A Embaixada do Samba Paulistano foi criada em 1995 na sede da União das Escolas de Samba Paulistanas para preservar a história do carnaval da metrópole. Entre outras atividades, a Embaixada organiza os concursos que elegem o Cidadão e Cidadã Samba de São Paulo. Hoje tem integrantes de diversas Velhas Guardas das Escolas de Samba paulistanas. O CD da Embaixada traz sambas como Cabaré (Ideval/Zelão), Avanço da Tecnologia (Paulão da Lapa/Wilson Passarinho), O Samba Através dos Tempos – Biografia do Samba (Talismã/Tabu) e um pot pourri com sambas de bumbo, uma das raízes do gênero em São Paulo.
Nascido em Piracicaba (SP) há 80 anos, Antônio Messias de Campos, o Toniquinho Batuqueiro, aprendeu tudo sobre ginga e verso com os batuqueiros e cururuzeiros de sua cidade natal. Aos dez anos mudou-se para a zona norte de São Paulo, passando logo a frequentar rodas de samba principalmente no centro da cidade, onde trabalhava como engraxate. Ao lado de seus contemporâneos Geraldo Filme e Zeca da Casa Verde, fez a trilha sonora das peças Balbina de Iansã e Plínio Marcos em Prosa e Samba – Nas Quebradas do Mundaréu, ambas do dramaturgo, escritor e ator Plínio Marcos. Além de compor sambas com forte influência de música rural, Toniquinho fez sambas de enredo para a Rosas de Ouro, Unidos do Peruche e Unidos de Vila Maria. Seu CD tem composições como Marra no Mourão, Ditado Antigo, Pé de Serra e Sá Dona (esta em parceria com Geraldo Filme).
O grupo Tias Baianas Paulistas foi criado em 1994 por Valter Cardoso, o Valtinho das Baianas, com o objetivo de valorizar a história e o papel das baianas nos desfiles e no dia a dia das agremiações. Tem integrantes da Nenê de Vila Matilde, Camisa Verde e Branco e Vai-Vai. As Tias Baianas têm um espaço para desenvolver suas habilidades e discutir a importância das baianas nas Escolas de Samba de São Paulo. Além disso, foi formado um grupo vocal que traz neste CD sambas como Marinheiro Só (Caetano Veloso), Samba Sem Sambista (Thiago Barroca) e Bumbo de Pirapora (T. Kaçula/Renato Dias).
A Velha Guarda da Unidos do Peruche existe desde 1955, ano em que Carlos Alberto Caetano, o Carlão do Peruche, fundou a Escola após se desentender com a diretoria da Lavapés, onde atuava. Hoje é uma das agremiações mais populares do Carnaval paulistano. No CD, a Velha Guarda interpreta sambas de compositores que fizeram a história da Unidos do Peruche, entre eles Geraldo Filme (Tradições e Festas de Pirapora e Avante Mocidade, este em parceria com Narciso Lobo), Fernando Cabelo (Argumento) e o próprio Carlão do Peruche (Repicar dos Tamborins).
Os próximos lançamentos da série Memória do Samba Paulista serão CDs das Velhas Guardas da Vai-Vai, Nenê de Vila Matilde, Rosas de Ouro e Unidos de Vila Maria e dos compositores Ideval e Zelão.
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