segunda-feira, 20 de julho de 2009

ANA CAÑAS: "O ROCK'N'ROLL CORRE NAS MINHAS VEIAS!"

A cantora e compositora paulistana Ana Cañas lança pela Sony Music seu segundo CD, Hein?, com produção de Liminha e uma pegada absolutamente rock’n’roll

Ana conversou com o ACORDES sobre o novo trabalho e falou, entre outras coisas, da ‘descoberta’ das raízes roqueiras. Confira:

Toninho Spessoto – Hein? tem uma pegada totalmente rock’n’roll, uma ambientação completamente diferente da de Amor e Caos, seu disco de estreia, de 2007. Como se deu essa descoberta?
Ana Cañas
– O rock tem muito a ver com as dificuldades que a gente enfrenta na vida, com o ‘se virar sozinho’. Saí de casa muito cedo, tive que ralar pra me sustentar. Na verdade, eu tinha uma alma roqueira, mas acabei me aproximando do jazz. Na época da gravação de Amor e Caos, meu primeiro disco, Alexandre Fontanetti, o produtor, disse que eu era rock’n’roll mas ainda não sabia, iria descobrir só mais tarde. E foi o que aconteceu.

TS – Mas já havia rock no repertório da turnê Amor e Caos...
Ana
– Sim, aquele disco tinha apenas dez faixas, era muito pouco para um show. Resolvi então incluir alguns rocks, comecei a cantar Cazuza, Titãs. A estrada de Amor e Caos foi revelando minha veia roqueira. Comecei a ouvir muito rock, principalmente Stooges, Beatles, Rolling Stones, Ramones, Led Zeppelin, Velvet Underground, Sex Pistols. Ao mesmo tempo não deixei de ouvir Cartola, Nina Simone. Essa mistura acabou dando as primeiras pistas do que viria a ser o Hein?.

TS – Exatamente a quê você atribui a essência roqueira do CD?
Ana
– À minha alma boêmia. Todo boêmio que se preza vai fundo na essência das coisas, reflete sobre tudo e todos. Apliquei isso no rock. Antes eu escutava rock, depois passei a ouvir, a entender o rock. Esse ‘exercício’ ajudou a me posicionar ainda melhor em relação ao meu trabalho.

TS – A escolha de Liminha para produzir Hein? foi sua ou da gravadora?
Ana
– Foi minha. Em setembro do ano passado fiz um show no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, e convidei o Sérgio Dias para uma participação especial. Fiz a ‘lição de casa’ direitinho e ouvi todos os discos dos Mutantes. Foi justamente aí que descobri o Liminha. Depois soube que ele produziu discos dos Titãs, dos Paralamas, do Gilberto Gil. Percebi que era o cara certo para produzir meu segundo disco, que teria essa cara rock’n’roll.

TS – Como foram as gravações?
Ana
– Deliciosas! O Liminha, além de extremamente criativo, é muito generoso, me incentivou o tempo todo. Sinto que escrevemos canções mágicas! Fizemos a pré-produção do disco entre novembro e fevereiro. Ele entendeu perfeitamente que eu queria seguir na linha de trabalho autoral.

TS – Você gravou com sua banda de sempre, ou seja, Thiago Rabello (bateria), Fabá Jimenez (guitarras), Adriano Grineberg (teclados) e Fábio Sá (guitarras). Isso torna o trabalho mais fácil e prazeroso?
Ana
– Sem dúvida, pois já nos conhecemos há anos! E ainda por cima contei com o baixo e a guitarra do Liminha, com a guitarra e o violão do Dadi e, em Chuck Berry Fields Forever, com o violão do Gilberto Gil. Foi pura magia!

TS – Há faixas em que todo mundo toca junto, não?
Ana
– Exatamente. Em Não Quero Mais, O Amor é Mesmo Estranho e Chuck Berry Fields Forever, voz e instrumentos foram gravados juntos, direto. Só o violão do Gil em Chuck Berry Fields Forever entrou depois.

TS – Como se deram as participações do Arnaldo Antunes e do Gilberto Gil?
Ana
– O Arnaldo é uma pessoa muito querida, já nos conhecíamos de São Paulo. Ele colaborou de modo decisivo em várias canções, é um poeta maravilhoso. E uma figura fantástica, que incentiva os outros a trabalhar. E tive a honra de contar com ele não só como parceiro, mas na voz em Na Multidão, minha, dele e do Liminha. O Gil foi de uma generosidade incrível, o Liminha mostrou a gravação de Chuck Berry Fields Forever e ele imediatamente se dispôs a fazer o violão.

TS – Como você avalia hoje o tempo em que cantou jazz no restaurante Baretto, em São Paulo?
Ana
– Foi uma época maravilhosa! Aprendi muito, aprimorei repertório, desenvolvi interação com a platéia. E cantei jazz, que é uma das minhas paixões.

TS – Quando começa a turnê de lançamento de Hein??
Ana
– O primeiro show será em 27 de agosto no Canecão, no Rio, com participação do Nando Reis. E em 17 de setembro estarei no Citibank Hall, em São Paulo.

TS – O que você conservará do repertório de Amor e Caos no novo show?
Ana
– Ficarão A Ana, repaginada e transformada num reggae, Mandinga Não, que já tinha um lado rock’n’roll originalmente, Coração Vagabundo, que fez muito sucesso, e Devolve Moço, minha primeira canção a tocar nas rádios.

Site: www.anacanas.com.br
MySpace: www.myspace.com/anacanas

2 comentários:

Ju Marinello disse...

Excelente profissional.
Quando canta escorre aos litros o amor... por tudo!
Adoro!

Aline Miranda disse...

Ontem fui vê-la no Rival.
Foi incrível, meu primeiro show, fiquei ainda mais encantada com sua interpretação.
Seria nossa nova maysa?
a amy brasileira?

Nas devidas comparações desejo que Cañas cresça cada vez mais, transbordando toda sua energia e charme por aí!

=]

@outrasbagatelas