O Festival de Woodstock, realizado de 15 a 17 de agosto de 1969 numa fazenda em Bethel, estado de Nova York, mais que um evento musical, se tornou o polo de transformação política, social e cultural de toda uma geração. Vivendo num país que estava mergulhado na sangrenta guerra do Vietnã, a juventude americana queria protestar. O protesto pacifista havia começado de fato no ano anterior em São Francisco, temporada que ficou conhecida como o Verão do Amor. Artistas diversos estabilizaram suas carreiras a partir dali, apresentando canções de protesto e paz, casos de Mamas & Papas, Joan Baez ou mesmo Bob Dylan, que já tinha trajetória sedimentada mas que viu, a partir de 1968, sua popularidade crescer ainda mais.
Em números, Woodstock até hoje impressiona. O evento, que chegou a ser anunciado como ‘uma exposição da Era de Aquarius’, definiu os contornos do movimento hippie e da contracultura. Eram esperadas cerca de 60 mil pessoas, mas a organização foi apanhada de surpresa com a presença de meio milhão de espectadores, que chegavam de todos os campos e de todas as formas. De ônibus, carro ou até mesmo a pé. Jovens, crianças, adultos. Com o consumo de drogas e álcool correndo livre, aconteceram mais de seis mil atendimentos nos postos médicos. Três pessoas morreram, uma por overdose de heroína, uma por ruptura de apêndice e outra por atropelamento. Aconteceram também dois partos. E cem pessoas foram detidas por uso e tráfico de entorpecentes.
Naquele chuvoso final de semana passaram pelo palco de Woodstock 32 dos mais significativos nomes da música. No dia 15 as principais atrações foram o cantor e compositor Richie Havens, Country Joe McDonald (sem a banda The Fish) e Arlo Guthrie, um dos artistas mais importantes da música folk. O dia 16 teve como destaques Santana, Janis Joplin, Creedence Clearwater Revival, Grateful Dead, Jefferson Airplane, Sly & The Family Stone e The Who, todos em shows antológicos. O dia 17 trouxe como atrações principais Joe Cocker, Ten Years After, The Band, Blood, Sweat & Tears, Crosby, Stills, Nash & Young e Jimi Hendrix. igualmente em apresentações históricas.
O Festival de Woodstock foi amplamente documentado e rendeu discos e vídeos. Para marcar seus quarenta anos a Warner Home Video lançou uma caixa com 4 DVDs, com o documentário Woodstock: 3 Days of Peace and Music, de Michael Wadleigh e três horas de extras inéditos. Há também uma versão com dois DVDs. A Sony Music, por sua vez, colocou no mercado a série The Woodstock Experience, com cinco CDs duplos de Santana, Janis Joplin, Johnny Winter, Jefferson Airplane e Sly & The Family Stone, cada um trazendo o show do artista na íntegra e o disco de estúdio lançado naquele ano. Esses lançamentos encontram-se disponíveis no mercado nacional.
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