sábado, 3 de julho de 2010

CLÁSSICOS TRANSFORMADOS

Para os puristas, recriar obras-primas da música é mexer em vespeiro. Pode ser, mas há certas ousadias que produzem resultados interessantes. Mas também podem resultar em desastres. Há exemplos das duas possibilidades recentemente lançados. Em 1967 os Beatles viraram a cena musical do avesso com o espetacular Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Seis anos depois o Pink Floyd promoveu outra revolução através do igualmente soberbo Dark Side Of The Moon. Os discos das duas bandas inglesas recebem novas e inusitadas leituras.

BEATLES FLOYD O clássico dos Beatles ressurge na levada do reggae em Easy Star’s Lonely Hearts Dub Band (Coqueiro Verde). Astros do gênero como Junior Jazz, Max Romeo, U Roy, Michael Rose e mestres veteranos como Sugar Minott, Luciano e as bandas Steel Pulse e The Mighty Diamonds dão cores até então inimagináveis a´canções como Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, With a Little Help From My Friends, Lucy In The Sky With Diamonds, She’s Leaving Home, When I’m Sixty-Four e A Day In The Life. Liverpool e a Jamaica nunca soaram tão próximos.

DUB LIPS The Dark Side Of The Moon (Warner), com a banda Flaming Lips e diversas participações especiais, abusa das distorções e infesta a obra do Pink Floyd de textos desnecessários e que subvertem o valor e o sentido das canções. Chega a doer nos ouvidos o pastiche em que foram transformados clássicos como Money, Brain Damage, The Great Gig In The Sky, Speak To Me e Us And Them. Entre os convidados está o raivoso poeta e cantor Henry Rollins. O grupo liderado pelo guitarrista Wayne Coyne perpetra um desastre que provavelmente nem os fãs mais fervorosos do Pink Floyd irão suportar.   

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