PAULA PORTELLA
Ciclos Infinitos
Independente
Paula Portella é uma cantora e compositora incomum. Essa linda mulher que lança seu primeiro CD e trafega por cenas musicais as mais distintas mostra que tem tentáculos como um polvo. E nesses tentáculos, olhos atentos que vasculham todas as direções. Partindo de uma inabalável peixão pela soul music, Paula investe por caminhos ritmicos e melódicos intrincados e fascinantes. Seu som tem ecos de Ray Charles, Aretha Franklin, Tom Waits. Ou seja, só coisa boa.
Ciclos Infinitos, produzido por Guilherme Chiappetta, alia com sabedoria o acústico e o elétrico. As camas sonoras são feitas por guitarra, baixo, bateria, teclados, violão, trombone, percussão, violoncelo. Paula Portella coloca a voz privilegiada a serviço de canções inteligentes, com letras bem construídas que falam de vida, amor, natureza, verdade, compaixão, fé, relações humanas. A cantora dá a intensidade exata que cada tema exige. Em alguns casos, sua voz afaga docemente. Em outros, joga o ouvinte contra a parede e lhe desfere um violento soco no estômago. Que não fere, faz pensar. São doze canções, entre elas Simples Canção (Flávio Henandes), Vida Mutante Mundo Cão (Paula Portella/Tom Hardt), Som (Paula Portella), Água Leva (Paula Portella/Flávia Panachão), Pobre Homem (Paula Portella), Asas Atrevidas (Paula Portella/Anselmmo Mancini). Soul, blues, funk, balada. Delicioso caldeirão sonoro com o tempero de uma voz de primeira. Paula Portella é para ser ouvida sem parar. Ciclos Infinitos é um dos grandes discos do ano.
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