quinta-feira, 1 de julho de 2010

TODOS OS SOTAQUES DA SÃO PAULO DE ADONIRAN

ADONIRAN 100 ANOS ADONIRAN 100 ANOS               
Vários Intérpretes 
Lua Music

A grande sacada do CD Adoniran 100 Anos, produzido por Thiago Marques Luiz para a Lua Music, é reunir cantores de vários gêneros e regiões para interpretar a obra do genial compositor paulistano, que completaria 100 anos em 2010. Claro que há um ou outro deslize, algo inerente a empreitadas desse porte, mas o resultado geral é bem interessante. Os pontos que destoam ficam por conta de Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra, numa leitura pop eletrônica de Trem das Onze, e de Márcia Castro em Mãe, Eu Juro, não por sua responsabilidade – interpreta com a dramaticidade que o tema requer –, mas pela guitarra de Rovilson Pascoal que a acompanha. Nos dois casos, os temas ficam descaracterizados.

ADONIRAN BARBOSA 3 Entre os destaques positivos estão Cauby Peixoto e Dominguinhos (no acordeom), numa leitura arrepiante de Bom Dia Tristeza, os Demônios da Garoa, intérpretes oficiais de Adoniran, em Conselho de Mulher, Verônica Ferriani, com sua abordagem perfeita do samba, em Nóis Não Usa As Bleque Tais, Maria Alcina com sua gaiatice deliciosa em Um Samba no Bixiga, Zélia Duncan em Tiro Ao Álvaro, Tetê Espíndola, que transforma Iracema em toada, Wanderléa e Thomas Roth, numa divertida leitura do Samba do Arnesto, Carlinhos Vergueiro em Tocar na Banda, Oswaldinho da Cuíca em Torresmo à Milanesa, Cida Moreira em Quando Te Achei, Maurício Pereira em Malvina, transformada em rumba, Leci Brandão em interpretação deslumbrante de No Morro da Casa Verde, Vânia Bastos em Luz da Light, Célia em Samba Italiano e Mateus Sartori com Fabiana Cozza em Já Tenho a Solução. Alguns temas estão reunidos em pot pourris. Mesmo falando com sotaques diversos, a música de Adoniran Barbosa nunca soou tão paulistana.

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