terça-feira, 25 de setembro de 2007

SAMBA SEM BRILHO


TERESA CRISTINA & GRUPO SEMENTE
Delicada
EMI



Queridinha de boa parte da crítica e alçada à condição de responsável pela revitalização da Lapa carioca como polo cultural, Teresa Cristina trocou a independente Deckdisc pela poderosa EMI, mas seu som continua o mesmo: comum, sem qualquer atributo que o diferencie do trabalho de outras dúzias de cantoras de samba que existem por aí. Ela é afinada, e nada mais. A produção de Delicada é de Paulão 7 Cordas e o repertório traz clássicos e inéditos.

Entre os clássicos, A Gente Esquece (Paulinho da Viola), Nem Ouro, Nem Prata (Ruy Maurity), A Paz do Coração (Candeia) e Gema (Caetano Veloso). Há composições da própria Teresa Cristina, casos de Cantar, Senhora das Águas e Delicada. Os temas conhecidos soam pálidos, e as criações da cantora são fracas. A Teresa Cristina falta o que sobra em artistas como Beth Carvalho, Dona Ivone Lara ou até mesmo Maria Rita, agora em fase sambista: graça, leveza, frescor.

9 comentários:

Unknown disse...

Como que deixam um estupido desse escrever sobre musica?

TONINHO SPESSOTO disse...

Pois é, Mariana...

Respeito seu direito de expressão, mas quero lhe dizer só uma coisinha: o 'estúpido' aqui tem trinta anos de profissão e uma vasta folha de bons serviços prestados à imprensa musical.

O 'estúpido' aqui fundamenta sempre seus comentários. No caso específico da Teresa Cristina, disse e reafirmo: ela é apenas uma cantora afinada, sem nada que a diferencie de dúzias de cantoras de samba que existem por aí.

O 'estúpido' aqui tem embasamento em seus comentários. O mesmo não se pode dizer do seu comentário. Repito: você tem o direito de se expressar livremente. Mas não tem o direito de ser rude e atirar a quem quer que seja ofensas gratuitas.

A propósito, será que o 'estúpido' em questão sou eu?

Anônimo disse...

Mariana,
estúpidas sao as pessoas que não tem coragem de escrever com verdade, sem se importar se está seguindo o que os colegas de profissão insistem em dizer só porque tá na moda, ou porque ganham presentinhos de gravadoras, ou porque simplesmente nao conhecem nada sobre música.

Achei maravilhoso outro dia ler oque o Toninho escreveu sobre o disco da Marrom de forma positiva. Todos os seus colegas "arrasaram"com disco, deram 2 estrelas e olhe lá! E aí vem o Toninho, como se nao tivesse lido nada do que falaram, e escreve seus comentários positivamente.

O mesmo ocorre com essa moça, só que de forma oposta. Teresa passou a ser idolatrada pelos coelguinhas jornalistas, mas muitos dos mesmos nao sabem nem onde fica o "Dó".

Parabens, Toninho!
Precisamos de você.
beijos

TONINHO SPESSOTO disse...

Você captou exatamente a forma como penso.
Graças a Deus, penso por minha cabeça, não por conveniências ou à custa de 'agradinhos'.
Minha isenção, meu caráter e minha liberdade de consciência acima de qualquer coisa!

Muito obrigado, de coração!

Beijos!

Anônimo disse...

Respeito a opinião do Toninho, mas, não concordo em nada com ela!
Teresa Cristina é uma ótima cantora de samba, além de ser tb ótima compositora.
Ela é um Paulinho da Viola de saias.
Toninho, existem vários tipos de samba, o que ela canta é o samba-canção, nada a ver com o bom pogode de Beth Carvalho.
O samba da Teresa é lento, manja?
Um abraço.

Jose Henrique

TONINHO SPESSOTO disse...

José Henrique,

É claro que sei a diferença entre o que Teresa Cristina e Beth Carvalho cantam.
Não estou me referindo ao tipo de samba que uma e outra fazem, mas sim á graça, à leveza. Até mesmo para cantar samba-canção é necessário um mínimo de brilho, graça, leveza.
Clara Nunes, por exemplo, tinha isso até em sambas mais melancólicos, dolentes. E cada canção em sua voz tinha brilho próprio, fosse um sambão mais rápido ou um samba-canção.
Teresa Cristina pode e deve melhorar. Mas para mim, por enquanto, segue sendo uma cantora morna, sem brilho, sem graça.

Valeu pelo seu comentário, muito obrigado!

Abração!

Tombom disse...

Procurando informações sobre a cantora Lucia Richer acabei "caindo" aqui!

Surpresa saber de uma voz "discordante" sobre Teresa Cristina...

Tenho 57 anos, não sou músico, mas ouvinte, apreciador e "colecionador" de música desde que me conheço por gente... Adoro "descobrir" sons... do lundu ao funk, do ragtime ao jazz experimental, do canto gregoriano à música dodecafônica, atonal, eletrônica... da ópera à música de elevador... etc. etc.

Em outubro, assisti ao show de TC no Teatro Fecap, em Sampa, e... me emocionei com o canto dela, com o belo acompanhamento do Grupo Semente... Será que meus ouvidos me enganaram? Independentemente, das "panelas" e dos "incensos" em torno de TC... acho que ela tem valor, sim, que merece reconhecimento. E está praticamente no começo da carreira, o chão a percorrer é longo... Vamos dar tempo ao tempo...

Respeito a opinião contrária, mas continuo gostando do que ouço nos CDs de TC e Grupo Semente que tenho todos em casa...

PS: Adorei seu blog! Quanta informação. Quero voltar sempre! Parabéns pela sinceridade em seus comentários!

Tom, de São Paulo/SP

Anônimo disse...

Caro Toninho, me passaram um post seu de 25/set sobre a Teresa Cristina e resolvi postar um comentário do meu blog, de jan/08.

“Cantar / Desnudar-se diante da vida / Cantar é vestir-se com a voz que se tem / Achar o tom da alegria perdida / E não ter que explicar pra ninguém / A razão desta tal melodia.” Com estes versos de “Cantar”, de sua autoria, a carioca Teresa Cristina abriu o ano musical paulista na última sexta-feira. No agradável teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros, Teresa mostrou um repertório mais atraente e engrenado para um “relançamento” aqui em Sampa de seu último trabalho, o álbum “Delicada”, que foi para as lojas em setembro de 2007 e até agora já vendeu 20 mil cópias, segundo sua gravadora, a EMI.

A última vez que a vi foi em outubro passado, lá no Teatro Fecap, no lançamento de “Delicada”, quando a carioca cantou bem – como sempre –, porém o set list não estava muito atraente. Talvez por conter muitas músicas inéditas para o público, não empolgou tanto quanto no Sesc. A platéia que lotava a casa teve direito a um bis rechonchudo, de umas quatro músicas, e aplaudiu de pé ela e seu séqüito, o já conhecido Grupo Semente. Samba dos bons.

Teresa está cada vez mais madura e crescendo quando entra no palco, e aqui em São paulo é recebida de braços abertas pelos seus fãs – que cada vez aumenta mais.



Interessante: boa matéria a publicada no último domingo na Folha de S. Paulo, “A reinvenção da Lapa”, que fala do renascimento do boêmio bairro carioca. Assinante Folha ou UOL clique AQUI para ler.

Anderson disse...

Gosto da Teresa Cristina. Mas ela no palco é uma múmia, totalmente sem graça, toda tensa. Felizmente, isso mudou um pouco com o show "Três meninas do Brasil'. Em disco tem um encanto, porém nada arrebatador, mas gosto.